“Se você não se sente bom o suficiente, se a sua vida carece de significado e o tempo parece estar escapando por entre seus dedos, só há uma opção. Recriar a si mesmo no seu próprio Laboratório Mental. Um lugar em que você pode ficar sozinho com seus pensamentos e refletir sobre o que e quem ser ao longo de sua curta vida neste planeta. Se parecer certo, crie um alter ego para acessar parte da matéria escura da sua própria mente. Foi o que eu fiz. Na minha cabeça, David Goggins não era o selvagem que conquistava todas as coisas difíceis. Era Goggins quem fazia isso.
David era o garoto que tinha nascido com um olho fechado e crescido com medo, aprisionado. Não há nada inerentemente especial em mim. Apenas parei de me concentrar no que me atrapalhava e aprendi a usar a rejeição, o sofrimento e o fracasso como ferramentas para tirar proveito da matéria escura na minha mente – toda a minha força, minha paixão e meus desejos não utilizados. Quase nunca era divertido. Eu sofria bem mais do que sorria, mas isso me ajudou a criar meu alter ego. Goggins era empoderado pelo lado sombrio da minha alma que se recusava a ser negado e tinha apenas um objetivo: tornar-se a pessoa mais casca-grossa do mundo.
Todos nós temos um Laboratório Mental à nossa disposição, embora as pessoas em sua maioria não saibam que tem acesso a um lugar onde podem se transformar. Então elas ficam trancadas do lado de fora. Quando chegam à meia-idade, as portas estão fechadas com uma corrente enferrujada e um cadeado. O equipamento lá dentro está empoeirado e quebrado. Ervas daninhas crescem pelo chão e pelos telhados.
Por duas décadas, as portas do meu laboratório também permaneceram fechadas – mas porque eu me tranquei lá dentro! No entanto, após o susto que levei com meu coração, percebi que, sem me dar conta, em algum momento eu tinha saído do meu Laboratório Mental feito um sonâmbulo e as portas se fecharam e se trancaram atrás de mim.”
Fonte: David Goggins, Nunca é hora de parar, Ed. Sextante
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